Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Alagoas mais que dobraram nos primeiros 15 dias de julho de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foram registradas 127 notificações no estado, sendo 58 delas em Maceió. Em 2024, esse número era de 63, com 29 registros na capital. A elevação acende o alerta para a importância da prevenção, principalmente entre os grupos mais vulneráveis.

O g1 conversou com a pneumologista Rita Silva. Ela explicou que a síndrome ocorre quando o vírus da gripe compromete os pulmões e prejudica a troca de oxigênio.

“O sintoma mais comum na síndrome respiratória aguda é a tosse e o desconforto respiratório e isso já é substancial, já é necessário que o paciente procure uma unidade de emergência quando ele tem desconforto respiratório, quando ele tem falta de ar, tosse persistente e provavelmente baixa de saturação de oxigênio.”, orienta a médica.

As emergências dos hospitais em Maceió estão enfrentando uma procura muito maior que o normal devido ao aumento de pacientes com sintomas. Isso acontece por causa do período chuvoso que favorece o aumento da circulação de vírus como influenza, rinovírus e o próprio vírus causador da Covid-19, que podem desencadear quadros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). 

Crianças menores de 5 anos (em especial as de até 2 anos), idosos a partir dos 60 e pessoas com doenças crônicas estão mais suscetíveis a desenvolver formas graves da síndrome.

“Nas crianças menores de dois anos de idade, o sistema imunológico ainda não está totalmente formado e amadurecido por isso que eles são mais suscetíveis. Já os idosos acima de 60 anos têm o sistema imune um pouco mais senil, um pouco mais envelhecido, e por isso eles são mais suscetíveis a desenvolver forma grave da gripe. Além disso, as pessoas que têm alguma doença crônica ou alguma doença inflamatória têm risco de desenvolver uma síndrome respiratória aguda”, esclareceu a médica.

Importância da vacina

A especialista disse ainda que o aumento no número de casos está ligado principalmente à baixa cobertura vacinal contra a gripe, além da maior circulação de vírus respiratórios no outono-inverno. 

“A vacinação contra a gripe, contra o influenza e também contra a Covid são estratégias muito eficazes na prevenção. Elas ajudam a não evoluir para uma síndrome respiratória aguda e você não transmitir o vírus para outra pessoa”. 

A médica também orienta que pequenas atitudes podem ajudar: uso de máscaras em locais aglomerados, higiene das mãos e evitar tocar olhos, nariz e boca. Segundo ela, se houver desconforto respiratório ou queda na oxigenação, é sinal de alerta, pois a SRAG representa uma forma grave da gripe comum.