“A gente deve proteger o mangue e a vida aquática”. Esse foi o veredito de Miguel Alfredo, de apenas 13 anos, após participar do Projeto Navegando com o Meio Ambiente, popularmente conhecido como Barco Escola, iniciativa do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL). 

Seu encanto pelas paisagens naturais deu o tom da experiência no passeio, sempre com os olhinhos atentos às explicações sobre o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), localizado em Marechal Deodoro, dentro da Área de Proteção Ambiental de Santa Rita, uma das Unidades de Conservação do estado.

Para Josielma Araújo, geógrafa e responsável pelo projeto, sensibilizar a população sobre a relevância das lagunas é uma das missões do Barco Escola. “Sempre buscamos conscientizar principalmente as crianças que são o nosso futuro, despertando essa visão crítica em relação ao impacto da ação humana no meio ambiente e o que podemos fazer a respeito para reverter esse quadro”, explicou a especialista. 

Nessa travessia regada a muito conhecimento, Miguel veio para acompanhar seu pai, Pablo de Luca, jornalista e repórter fotográfico, um dos premiados na VIII edição do Concurso de Fotografia Ambiental, realizado pelo IMA em junho deste ano. 

Para ele, a oportunidade do passeio veio em forma de saída fotográfica, além de ter um tempo de qualidade com o filho e a esposa Patrícia. “O passeio foi maravilhoso, foi muito interessante para conhecer e valorizar nossas riquezas naturais, porque preservamos aquilo que conhecemos”, destacou o fotógrafo.

Pablo conta que já trabalha com fotografia ambiental há algumas décadas, sendo uma de suas especialidades. O interesse em contemplar o meio ambiente, por meio da arte da fotografia, foi passada de pai para filho durante o percurso.

“Ele não poderia deixar de vir. Miguel adora essas experiências com a natureza. Aproveitei a oportunidade para fotografar e também deixar ele experimentar a câmera e fazer seus próprios registros. Foi uma interação enriquecedora em todos os sentidos”, complementou Pablo.

Paixão pela fotografia e pelo meio ambiente

Entre os 48 semifinalistas da edição de 2025 do Concurso de Fotografia Ambiental do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL), está o gestor ambiental e também fotógrafo amador, Djalma Alves, que concorreu com uma fotografia sobre o CELMM. 

“Foi muito gratificante participar do concurso e contribuir com a proteção e preservação desse complexo tão importante. No meu trabalho, pude envolver a comunidade local e o meio ambiente em minha fotografia”, contou.

No passeio do Barco Escola voltado a esse público do concurso, ele fez novas fotografias do lugar, revisitando esse olhar. “Fiquei muito feliz e honrado em participar do passeio. É um projeto extremamente satisfatório que traz essa urgência na proteção e preservação desse complexo que é tão importante para o nosso meio ambiente”, reforçou o gestor ambiental.

Mas, para Djalma, o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba vai além de um simples clique imediato: é parte afetiva em sua vida. Ele nasceu e cresceu no bairro Vergel do Lago, na capital Maceió, região localizada às margens da Lagoa Mundaú.

Cercado pela laguna e sabendo da importância socioeconômica dela na vida de sua comunidade, Djalma fez o curso de Gestão Ambiental pelo Instituto Federal de Alagoas (IFAL), em Marechal Deodoro. A fotografia chegou para ele como hobby e posteriormente a partir de seu trabalho na área ambiental, atuando na observação de pássaros. 

“Faço muita atividade em campo e sempre levo a câmera para trabalho e também fazer minhas próprias fotografias”, explicou o fotógrafo. Instigado pelas belezas naturais de Alagoas, foi a partir de 2023 que Djalma começou a fazer fotografias de forma profissional. 

“Hoje tenho um olhar mais diferenciado, atento a essas questões mais técnicas também. Estou sempre tentando aprender com outros profissionais da área e me aprofundar a partir dessas oportunidades como o concurso com o objetivo de conquistar mais espaços”, ressaltou. 

Sobre o Barco Escola

O projeto Navegando com o Meio Ambiente, mais amplamente conhecido como Barco Escola, é uma aula em campo embarcada que percorre as belezas naturais do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba. Desde 2009, o projeto contempla estudantes de escolas e universidades da rede pública e privada, associações comunitárias e outros segmentos da sociedade.

Ao longo do percurso, a equipe multidisciplinar do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) traz explicações sobre a importância socioeconômica e ambiental do lugar.

“É um projeto aberto a toda sociedade no qual explicamos sobre o manguezal, sobre as características ambientais desse local, e os impactos ambientais também, apresentando de uma forma geral o que é o CELMM”, ressaltou a geógrafa Josielma Araújo, que conduz a atividade. 

A iniciativa promove a Educação Ambiental disseminando conhecimento e sensibilizando a população, além de contribuir para o monitoramento da área. “O Complexo é um importante ecossistema de Alagoas e o principal recurso hídrico da Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita”, reforça Josielma.

Como participar do projeto?

O Barco Escola atende a grupos organizados de, no mínimo 35 e no máximo 40 pessoas. Para participar, é preciso realizar um agendamento prévio do passeio. A solicitação é feita pelo Portal IMA+. 

Todos os participantes devem utilizar roupas adequadas durante o passeio, sendo proibida a utilização de roupas de banho. No caso de passeio com criança, ela deve ter acima de 10 anos de idade.

Sobre o Concurso de Fotografia Ambiental

O Concurso de Fotografia Ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) é uma iniciativa que busca incentivar a produção fotográfica voltada para a conscientização ambiental e a valorização da biodiversidade do estado. Criado em 2015, o concurso tem sido realizado anualmente, proporcionando aos fotógrafos amadores e profissionais a oportunidade de registrar e divulgar imagens que destacam a relação entre o homem e o meio ambiente.