
A Justiça de Alagoas acolheu a denúncia do Ministério Público contra os donos do centro de reabilitação onde morreu a esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos. O caso foi registrado em agosto deste ano e ganhou repercussão após a família denunciar irregularidades no funcionamento do local e indícios de violência contra a vítima.
Foram denunciados os proprietários do centro de reabilitação para dependentes químicos onde a esteticista estava internada. Os dois vão responder pelos crimes de tortura, estupro e exercício ilegal da medicina. A dona, presa em flagrante à época, também responderá por omissão. O dono foi preso 13 dias após a morte.
De acordo com a decisão judicial, os réus devem ser citados para apresentar defesa por escrito no prazo de dez dias, podendo juntar documentos, alegar preliminares e indicar testemunhas. Caso não constituam advogado, a Defensoria Pública atuará na representação. O juiz também determinou a expedição de certidões de antecedentes criminais dos acusados e a adequação da classe processual no sistema eletrônico do Judiciário.
O caso
Cláudia Pollyane morreu no dia 9 de agosto, em uma clínica de reabilitação localizada em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. A família registrou boletim de ocorrência após ser informada, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, que o corpo apresentava hematomas e sinais de violência, incluindo olho roxo.
O proprietário da clínica relatou à polícia que a paciente teria entrado em surto de abstinência, sido medicada e ido dormir, sendo encontrada sem vida na manhã seguinte. Segundo o relato familiar, um médico da UPA informou que ela já estava morta havia pelo menos quatro horas.